Vivemos em um época obcecada com ter. Quanto mais você tem, mais sucesso você tem na vida, nos bombardeiam os anúncios, os filmes, os colegas de trabalho, a família. Nossas conversas pararam de ser a respeito de fatos ou sentimentos e começaram a se resumir a comprar e conquistar. E corremos tanto pra conseguir conquistar tudo que “temos que ter” que não paramos pra perguntar porque queremos todas essas coisas ou mesmo se as queremos mesmo.
Pare um minuto e observe. Você precisa mesmo de tanta coisa? De tanta roupa? Do modelo de celular mais novo, de um carro mais rápido, uma casa maior? Não sou contra querer coisas que precisamos ou conforto, mas podemos nos perder em uma roda de consumo que nem sempre tem mesmo sentido, que nos causa frustração porque achamos que somos fracassados se não conseguimos alcançar tal patamar. Você já parou pra pensar no tanto de coisas que luta pra conseguir e depois não tem tempo de aproveitar porque está se matando pra conseguir algo mais novo ou pra comprar o modelo mais caro?
O “tem que ter” acaba causando angústia na vida de muita gente. Eu vejo muito isso no mundo dos casamentos e na moda. Noivos fazendo uma festa de casamento que não diz nada da história deles porque ” tem que ter” determinado item ou protocolo. Pessoas usando roupas que não tem nada a ver com quem elas são ou com o que querem comunicar pro mundo porque ” tem que ter” a peça que está na última tendência, na novela, na capa de revista. Você não tem que ter, você tem que ser. É muito mais simples. E muito mais profundo.
Não estou falando pra você não comprar mais nada. Nem pra não se preocupar com sua vida profissional, só quero que a gente comece a questionar uma lógica muito maldosa que nos impõe todos os dias. Ser feliz passa muito mais por memórias significativas do que por coisas, principalmente coisas que compramos sem saber o porquê. É assim que se acaba com um armário cheio de roupas mas sentindo que não tem nada pra vestir ou cheio de dívidas. No fim, temos a sensação que não vivemos nada de significativo porque estamos preocupados em pagar coisas que esquecemos que compramos
No fim, mais do que o carro do ano, o que vai valer pra você são as experiências que você viver. Os momentos inesquecíveis. As histórias que você vai gostar de contar milhões de vezes pros seus netos. Seja. Viva. Esteja presente. Celebre.
Esqueça o “tem que ter” e concentre – se em conhecer você mesmo. O que você quer? O que é importante? Como você quer viver? Não precisa ser perfeito, mas pode ser muito mais recompensador dessa forma.
Se você tem alguma sugestão de tema pro post de terça feira aqui no blog, escreve pra mim no carolinabj@ig.com.br ou pelos canais de comunicação da O pedido. Terça é o nosso dia de tema livre e eu vou adorar ler suas sugestões.
Carolina de Biagi é consultora de estilo e formada em organização de casamentos pelo SENAC. Além de escrever pro blog O Pedido, ela também escreve sobre estilo, moda e auto – estima no blog Um Unicórnio Fashionista.