Um dia o homem dividiu o tempo em períodos. Dias, meses, anos, décadas. Aprendemos a contar o tempo de forma racional e exata e pra muitas coisas isso funciona muito bem.
O problema é que também decidimos contar de forma racional o tempo das coisas emocionais. O tempo das coisas que não tem tempo.
Dessa forma, você tem que achar o amor da sua vida até os 30, ser bem sucedido antes dos 40, superar a dor do fim em uma semana, estar feliz com outra pessoa o mais rápido possível, de preferência antes de uma ano.
Colocamos normas temporais também no desejo e no afeto: Não vá pra cama com ele cedo demais, mas também não demore muito. Não diga que ama antes de determinado tempo. Ligue de volta só depois de 3 dias. Se depois de um mês não virar namoro, não vale a pena. Se o relacionamento não durou a vida toda, foi um fracasso.
Por quê?
Porque desaprendemos a ouvir nossa intuição e confiar em nossos sentimentos. Resolvemos que colocando limites de tempo e regrinhas poderíamos nos proteger. Confundimos pressa com força.
E ficamos ainda mais machucados quando essas regras não funcionam. Quando o coração ainda dói depois de meses, pensamos que somos fracos. Quando o eu te amo aparece, espontâneo, depois de uma semana, tememos passar por loucos. Se o desejo nos leva pra cama do outro “cedo demais” achamos que “não nos valorizamos.”
Você já pensou em tudo que deixa de viver por medo de quebrar essas “regrinhas” de tempo?
Quer ligar, ligue, quer amar, ame, o tempo é uma ilusão.Na verdade a maior ilusão que tempos é a de que teremos um tempo infinito. Tudo muda muito rápido e de repente pode parecer apenas que perdemos tempo demais com o que não importava.
É preciso respeitar o seu próprio tempo. Apenas esse. E é um tempo que não segue regrinhas, não se mede em unidades pré determinadas, ele simplesmente é. Sentir não segue regras.