Todo mundo quer ser feliz.
O problema é que nem sempre entendemos que felicidade não é um lugar estático. Ou passivo. Você não acordará do nada um dia e será plenamente feliz dali pra frente e principalmente, você não conseguirá ser feliz se não fizer nada pra isso.
O meu livro favorito tem uma fala mais ou menos assim:
“Mágica real nunca poderá ser feita se você usar o fígado de outra pessoa. É preciso arrancar o próprio fígado e não esperar conseguí-lo de volta. Bruxas de verdade sabem disso.”
Pode parecer loucura eu colocar assim no meio do texto uma fala sobre mágica e fígados arrancados, mas o sentido é: você não pode alcançar nada verdadeiramente significativo se não estiver disposto a correr algum risco e entregar um pouco de si mesmo. Ficar confortável é fácil, não te exige nada, não te deixa vulnerável, mas também te impede de alcançar o que você quer.
Somos muito bons em nos sabotar. É menos assustador imaginar o que poderia ter sido do que tentar se expor. Sem pensar muito, é fácil encontrar motivos perfeitos pra nunca tentar, pra não mudar, pra continuar com o que não nos faz bem ou simplesmente com o que sabemos que não é pra nós, mas achamos mais seguro. E assim o tempo passa, nos acostumamos a deixar os sonhos no fundo do armário, dizemos que as oportunidades nunca aparecem quando na verdade fugimos correndo delas e vamos existindo. Respirando, comendo, dormindo. Mas não vivendo.
Eu fico sempre repensando os textos que escrevo pra cá e sei que bato bastante nessa tecla, de lutar pelo que realmente se quer, acontece que eu acredito que todos somos merecedores de uma vida boa. E ela não acontece por acaso. Tudo é muito incerto e a verdade é que nosso tempo é muito curto. Você quer uma velhice cheia de histórias pra contar ou arrependimentos? Se acabasse tudo hoje você sentiria que fez muito pela própria felicidade ou teria uma lista de coisas “penduradas” por medo de tentar, de mudar?
E por fim, ser feliz não é algo imutável. Não é uma linha reta, são ondas. Existirão dias mais fáceis e dias mais difíceis, mas será mais recompensador se você sentir que está lutando por si mesmo.
É difícil se abrir para o novo, é difícil amar depois de ter sido machucado, começar uma carreira nova, decidir gostar de si mesmo, mas é a única forma de mudar o que te machuca. Você é tão feliz quanto se permite ser, nisso o Universo é muito justo. Você não receberá nem mais nem menos do que acredita merecer.
Dizem em inglês que a “tristeza gosta de companhia”. Eu digo que além disso ela gosta de conforto, de medo e de inércia. Não deixe que esses sejam os personagens principais na história da sua vida.
Carolina de Biagi é consultora de estilo e formada em organização de casamentos pelo SENAC. Além de escrever pro blog O Pedido, ela também escreve sobre estilo, moda e auto – estima no blog Um Unicórnio Fashionista. (www.umunicorniofashionista.wordpress.com) e no Volta, Carolina ( www.voltacarolina.wordpress.com)